Nascestes em mim silente como o lírio

Nascestes em mim silente como o lírio,

que nos prados solitário lá floresce...

Angústia, flor que exalas o martírio,

e o dia como as trevas escurece.

Ao olhar-te no infinito nobre círio,

qu'encantas quando à alma entristece...

Silente, ficas o meu ser como um lírio,

solitário que nos prados lá floresce.

Em mim sinto tocar-me incorpóreas,

vossas mãos que trazem sofrimento,

vossas mãos frias e merencórias.

Carícias não me fazem e à alma não confortas,

tuas mãos, eu sinto-as por dentro,

vendo tiritar as folhas mortas.

ThiagoMac
Enviado por ThiagoMac em 02/08/2019
Reeditado em 03/08/2019
Código do texto: T6711034
Classificação de conteúdo: seguro