Homenzinho

Homenzinho, imperioso que grites

Se faz, frente a que nada o console

Na íntima insignificância que habites

Ou na rua, reverberante qual um fole.

Cabe a ti que teu escárnio exercites

Homem pequeno desta imensa prole

Como outrora fizera o ousado Tersites

Cuja frágil sombra a História engole.

De um único golpe morto por Aquiles

Morto como tu, quer o veneno destiles

Quer a tua bile engulas, feita remédio

Que nada mais cure além da injustiça

Da vida, seja de trabalho ou preguiça

Seja de pura angústia, seja de tédio.

Damnus Vobiscum
Enviado por Damnus Vobiscum em 24/08/2019
Código do texto: T6728027
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