RUGAS
De mim não leve as rugas sobre a testa
Abertas pelo espanto desta vida.
Nem as da boca vindas em seguida
Aos beijos murchos logo ao fim da festa.
Dos cantos de olhos, veja, esta se presta
A recordar lembrança tão querida...
Cavou-a o riso, e o choro da partida,
Passado o tempo, esta outra ainda protesta.
Não. Não leve as lindas rugas dê-me o gosto
De ser leal, se não a um belo rosto,
Ao franco que não teme imperfeições.
São traços de uma história bem escrita
E muito original que não a imita
Nem quem viveu as mesmas emoções.