Rosa de Marfim
Eu vi o orvalho molhando o marfim
Do rosto da Rosa contrariada
Tão bela, a pobre Rosinha, coitada
Não vê que o mundo é mais que seu jardim
Esse ódio insano que me demonstrou
Não condiz com tão bela obra do Pai
Desejou-me longe. Desejo voraz...
Quis ver a beleza e vi o rancor
Agora a Rosa vive tão tristinha
A sua beleza aos poucos definha
Espinhos sufocam-lhe o brilho e cor
Mas ela nem sabe que eu também choro
Que, mesmo de longe, um carinho imploro
Que sigo ex-Cravo do seu terno amor