Esperança
N'alma há de florescer em mim,
eu creio, até o instante derradeiro...
Seguir irá comigo até o fim,
serena como a luz d'um candeeiro.
Oh! Sentimento a tiritares em meu peito,
enquanto não vens o sono e adormeço...
Hirto, a refletires, em meu leito,
nada quero além do que mereço.
Vendo ires lenta, tu, ó mocidade,
uma manhã doirada e etérea
toda feita de sonho e de saudade.
Vagando com a dor e a desventura,
busco a paz onde repouse a matéria,
solitária como a paz da sepultura.