Náufrago

... pois ele mergulhou, sem medo algum,

No belo Mar pertencente à Florbela.

Perdido! A viver de ser quem ele era.

Ausente o amor. Retorna a ser um!

As águas revoltas eram seu pranto

Imenso, salgado, gelado... E, só,

Passou, nesse instante, da carne ao pó

Após, pela vida, perder o encanto.

Marujo, só, perdido no Oceano

Teme a espera, mas segue esperando

Dentro de si grande fardo de dor.

E vai navegando as águas, sozinho

Ao vento, seu guia, procura carinho

E segue a errar nesse Mar que é de Flor.