Eu sou do Rei

Nos meus simples costumes de homem sério,

a sombra do pecado me seguia.

E a busca do palpável, a cada dia,

desmancha-se sempre num mistério.

Não procurei sentir o Amor Primeiro;

fui perseguindo a voz da maioria.

E, à porta bem mais larga que se abria,

feri, sangrando a pele de um Cordeiro.

A morte me sorriu. Mas antes disso,

o amor tornou-me límpido e inocente.

Então, selei pra sempre um compromisso:

Dos meus torpes caminhos me afastei.

Voltei, quebrado em prantos, mas contente

pra os braços sempiternos do meu Rei.