VISITA
Sonhei com ela. Mas, não sei quem és:
era loira, bonita e estava nua!
nuazinha..., despida qual a lua,
perfeita da cabeça até aos pés.
Mas agora, um instante depois...
Como uma lança a me ferir qual pua!
Longe do estério turbilhão da rua,*
volto às minhas perguntas. - Quem pôs
no meu quimérico viver a tua
presença angélica? E continua
a pô-la para o meu sofrer medonho?!
E quem, no perpassar da minha idade,
insiste em colocar essa deidade,
nas dobras insensíveis do meu sonho?
*Verso de Olavo Bilac