VISITA

Sonhei com ela. Mas, não sei quem és:

era loira, bonita e estava nua!

nuazinha..., despida qual a lua,

perfeita da cabeça até aos pés.

Mas agora, um instante depois...

Como uma lança a me ferir qual pua!

Longe do estério turbilhão da rua,*

volto às minhas perguntas. - Quem pôs

no meu quimérico viver a tua

presença angélica? E continua

a pô-la para o meu sofrer medonho?!

E quem, no perpassar da minha idade,

insiste em colocar essa deidade,

nas dobras insensíveis do meu sonho?

*Verso de Olavo Bilac

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 27/09/2019
Reeditado em 27/09/2019
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