Amor do Passado

Este amor que se esvai por entre dedos,

Como se esvai a nuvem em fortes ventos,

Lufadas que arrebentam cata-ventos,

Águas que se debatem nos rochedos.

Este amor que flutuava sem segredos

E padece por falta de unguentos,

Sem amparo para tantos ferimentos,

Um dia já desbancou traumas e medos.

Quem já foi no passado tão seguro

E decantava árias, auguro,

Ora anda como cobra no deserto...

Esconde-se no árido subsolo,

Levando em seu bornal a tiracolo,

Angústias, peçonhas, rumo incerto.

Aracaju, 01/ 08/ 2019

Um Piauiense Armengador de Versos
Enviado por Um Piauiense Armengador de Versos em 03/10/2019
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