À MESMA CAMA

Acordar sob as fimbrias do lençol

Os corpos que mantemos separados

São todos meus momentos que sonhados

Se vão desde a manhã ao arrebol.

Na alegria mansa, em pleno sol,

Seguir como os casais dão-se abraçados,

Sem desfrutar de beijos só roubados,

Um ser a luz e o outro girassol.

E sentir muitas noites de prazer,

Sem ter no amanhã que esquecer

Ou relembrar que somos de outro alguém.

Ah! O sonho maior que em mim se inflama

É o de acordar contigo à mesma cama

Sem dar satisfação a mais ninguém.