Sou um filho das sombras, da tenebrosidade
Sou um filho das sombras, da tenebrosidade
Sigo entre os corredores de sepulturas
Anátema com uma vocação para a desventura
Os anos só prolongam a minha infelicidade
Tal um corvo espalho meu agouro pela cidade
Desagradável presença, aspecto da loucura
Meu lamento é oculto nas vielas escuras
Da capital não se vê meu rancor e animosidade
Declarado inimigo da luz do dia
Odioso é o canto alegre da cotovia
Eu resido nos escuros subterrâneos
É o desabafo de quem habita a sete palmos
Que prefere ouvir o mais tristes dos salmos
Do que ceder a um riso momentâneo