Contraste

Junto à janela, a musa fiel me espera.

Para vê-la desbravo tempo, espaço.

Chego. O mesmo cão solta, quando passo,

um ladro amigo, de afeição sincera.

Recebo a agreste flor com outro abraço:

peito em couro, metais... visão austera.

Ela, dúbia, hesitou... - também pudera!

O corcel que me trouxe agora é de aço.

Partimos! Castas pernas reveladas...

Um relincho alto, estranho ao noitibó,

profana violão, lua, madrugadas...

Conhecerá a dança que impressiona:

ora um “trenzinho” em vaivéns, ora um só,

e a musa é “popozuda,” é “cachorrona...”

Reginaldo Costa de Albuquerque
Enviado por Reginaldo Costa de Albuquerque em 05/11/2005
Reeditado em 04/04/2010
Código do texto: T67723