Contraste
Junto à janela, a musa fiel me espera.
Para vê-la desbravo tempo, espaço.
Chego. O mesmo cão solta, quando passo,
um ladro amigo, de afeição sincera.
Recebo a agreste flor com outro abraço:
peito em couro, metais... visão austera.
Ela, dúbia, hesitou... - também pudera!
O corcel que me trouxe agora é de aço.
Partimos! Castas pernas reveladas...
Um relincho alto, estranho ao noitibó,
profana violão, lua, madrugadas...
Conhecerá a dança que impressiona:
ora um “trenzinho” em vaivéns, ora um só,
e a musa é “popozuda,” é “cachorrona...”