VIDA VÃ

Vale meus cobres, linda cortesã,

O preço de minha alma condenada,

Quem sabe um breve riso de satã

Do inferno em prazerosa madrugada.

Tanta beleza, dádiva pagã,

Imagem de desejo condensada

Em carne e cheiro livres, vida vã

Ao gozo de outrem sempre dedicada .

Sei que és minha como doutro alguém

Que queira desfazer-se do que tem

Em nome do prazer, e da luxúria

No seu corpo em danoso proceder,

Hei de meu fim no seio da penúria,

Um dia alegre, pleno perecer.

Renan Ivanildo
Enviado por Renan Ivanildo em 28/10/2019
Código do texto: T6781248
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