Do Inferno
Meu raro sermão é gelado o inferno
No lance das trevas estão submersos
Loucos rebentos na maldade imersos
Morrendo aqui no emudecer eterno.
Em algum fundo da cova sou interno
Caro Dite, falo à morte, então emersos
Sem morrer no prego a dor dos versos
No calvário que exprime um choro terno.
Imaginário Lúcifer no gelo inerme
Na mórbida expressão que preme
A larva estira a tez deste defunto.
Nem Hades talvez esqueça a frígida
Claustrofobia do morto na carcomida
Carne em putrefação do verme junto.
DR SMITHY