SONETO INVEJOSO

Do quanto há pra ser visto, é justo a vida

Que escapa ao olho -- gordo? -- não agrada

À inveja nos postigos, essa fada...

...confusa em "breu" que a noite quer suicida.

Madrasta sorte, ao tonto, ah, que bandida!

Se no outro vê tão só o que mais enfada,

A treva acena à própria paz, roubada...

Errar é estrela duma luz vencida.

Soubesse o quanto falta a seus balidos,

O quanto há além dum mero olhar em torno,

Além de seus anjinhos, seus cupidos...

Vontade sem verdade, mero adorno

Do vil, penumbra adentro -- e a noite ri dos

Vazios da ilusão, seu vão suborno.

Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 12/11/2019
Código do texto: T6793218
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