NUNCA FUI SANTO

A navalha cortou os papéis em carne vivida;

E mostrou-se em sangue às letras do condenado...

A escrita da dor em uivos paralisado nos seus galhos;

Festejando a quimera do sofrer em piadas nuas...

Ah! Quão lastimável és tu vestido de palhaço;

Julgam-me por pérolas em asas voadoras...

Buscando em mim tua imagem em punhal enferrujado;

Para assovia em bando, pássaros voando alado...

Oh! Meu arlequim que em meio os faróis baila;

Na discreta dança das colombinas em cores frias;

Num findar de um carnaval em serpentina flor.

Sou o que dizem em ruas vazias pelas costas;

Porque a dor que sentem em prosa, são rimas...

Ourara aurora do que poderia estar por vir...

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 12/11/2019
Código do texto: T6793560
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