Debalde Cismar

Neste ensejo feral do padecer,

Sôfrego haurir sua feérica voz.

Em silamento rememoro seu ser,

No ergástulo da hora atroz.

Oh! Alva dama do meu cismar,

Apetece - me ser olvidado em seu olhar.

Embalde, tentar seu ínfimo granjear,

E na noite lúrida do amor errar.

Emudecer, meu íntimo no seu cenho a fitar,

Desvelar o pejo do seu edênico olhar,

E seus miríficos lábios tragar.

Destarte, sob o tetro velário da existência,

Minh’ alma segredada em dolência,

Anela o seu quimérico oscular.

Em II de novembro de MMXII. E. V.

Dies Veneris.

Marvyn Castilho
Enviado por Marvyn Castilho em 14/11/2019
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