Soneto do desamor

Ó Vulto nefasto, a contenda então proclama

O sono faz-se solene ensaio ao adormecer fatal

Leito estertor és o manto da gélida cama

Donde se permeiam assombros da crise existencial

Pela desilusão no amor verdadeiro estampada no rosto

Na procura do alma gêmea que lhe seria esteio

Antes que seja o gozo do escárnio alheio

A morte serena é o alívio na pernoite de agosto

O Viver, sentir, resistir... apenas a proeza desprezível

Da aventura em vão face a magnitude do impossível

Se um certo alguém a seu sofrer é inclemente

Ah solidão! que todos te julgam ser um blefe

A sete palmos quiçá serás o ensejo brevemente

Bem acolhido na superfície d'uma esquife

Alex Melloh
Enviado por Alex Melloh em 20/11/2019
Reeditado em 20/11/2019
Código do texto: T6799776
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