POETAS DO SAMBA - ANICETO DA PORTELA

DESENGANO

(Aniceto da Portela)

Um desengano dói

A minha alma tanto sente

Uma dor pungente

Que invadiu meu coração

Depois de ser tão benevolente

Deste-me o desprezo en vez de gratidão,

Mas nen sequer recompensaste a regalia

Que gozaste em minha companhia

Sempre procurei te agradar porém em vão

Me abandonaste sem qualquer satisfação

Hoje vivo assim a lamentar a minha sorte

Talvez só esquecerei com a morte.

Ao lamentar o desengano que sofreste,

Sentes na alma a dor sem fim do abandono,

Que te magoa, fere e até te tira o sono,

E por consolo, tu não vês nada que preste

Para afastar a triste mancha do desprezo

Do coração que sempre amou mais que a si mesmo

E sem destino, tu caminhas sempre a esmo,

Com espírito atormentado e surpreso.

Mas és poeta de valor, mestre Aniceto,

E da tristeza que te atinge tu compões

Esta relíquia que a Portela, até agora,

Ainda canta com orgulho e a toda hora

Reverencia, entre os sambistas campeões,

O imortal nome d'um compositor dileto.

Bom dia, amigos.

Ótima quarta, Deus os abençoe. Bem-vindos à NOSSA página.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 04/12/2019
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