RONDA SILENCIOSA

Solidão cerrada, aquietada, escura

Afora a janela, o cerrado tão calado

Na imensidade do céu não fulgura

Um só brado, um ermo imaculado

Cá dentro, a mudez flébil murmura

E a melancolia no vento é fustigado

Escoriando a alma, áspera candura

Em um rasgar do silêncio denodado

Ecoa surdamente sôfrega bofetada

De escora frouxa, completamente

Aflando ali a apertura tão abafada

E, a letargia, assim, vorazmente

Faz tácitos claustros de morada

Em ronda silenciosa, lentamente

© Luciano Spagnol- poeta do cerrado

Cerrado goiano, 5 de dezembro, 2019

Olavobilaquiando

YouTube - Vídeo:

https://youtu.be/gZRistM6kgU

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 05/12/2019
Reeditado em 09/12/2019
Código do texto: T6811734
Classificação de conteúdo: seguro