Dia cinzento
Obscurecido dia que no céu aloja
Densas trevas, breu e toda escuridão
Imprestável peito, que ao amar despoja
Alegrias, vida ou qualquer razão
Fecho os olhos, busco pela claridade
Ilusão, pois oco, não porto esperança
Como homem, amargo só infelicidade
Onde antes abundava confiança
Um desejo resta. Quem vai atendê-lo?
Como luz, que tenham mínimo desvelo
Iluminem o resto que me há de vida
Não vou querer mais que vela e sossego
Zombem então de todo esse meu arrego
Apaguem a chama após minha ida.