AO MAR

Na ondulação de mar, destino incerto,

Levado pelas ondas do prazer,

Naufraguei no suor a escorrer

De um corpo por meu corpo encoberto.

Não via salvação longe ou perto

E às vagas me deixei então tanger

Entre o sargaço em fogo a me manter

Preso aos fios rendido ao aperto.

Sufoquei na espuma de aroma

Delicioso que aos sentidos assoma

No quadro que a lembrança ainda rodeia.

E no fugir da força, amolecido

No mar do corpo muito remexido

Afoguei-me entre abraços da sereia.