Vê neste fosco soneto, que o brilho, muita vez, pode ofuscar a nossa vida... Não sou o autor desta composição poética, contudo, divido com aquela que a concebeu, os seus méritos, pois há quase meio século, ela é a fonte maior da minha inspiração, quando não, da minha respiração...
 
Lua
 
Lua! estás a ocultar a tua face?
Falta-te lume? Nova dizes ser?
Ingénua! Não reges a tua fase.
Queres brilhar? Tens que o Sol convencer
 
Se afagas o rei, ganhas tua luz.
Se a luzir estás, crescente hás de ser
Vaidosa lua, o brilho te seduz,
No raiar da aurora, vais perecer!
 
Cintilam as tuas vestes de prata,     
Choram as estrelas; cheia hás de ser.
Não temes a luz do Sol, és incauta?
 
Sob um escuro céu hás de perecer.
Pois, tu quebraste o repouso dos astros,
Tu serás Minguante por merecer!
 
 
 

 
Eugene Garrett
Enviado por Eugene Garrett em 08/01/2020
Reeditado em 09/01/2020
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