Quem és tu, oh! Alma...
Quem és tu, oh!, Alma de longínquas eras
Que me persegues desde os tempos imemoriais?
Que te fiz eu para com a força de mil feras
Rasgar-me o espírito com tuas garras anormais?
Se algo a ti fiz, o tempo enterrou em seu cemitério;
Perdoa-me, portanto, e em paz deixa-me viver
Esse teu ódio a nós é terrivelmente deletério
Perdoa-te também e acaba com o nosso sofrer.
Do que passou, não trago nesta vida vaga lembrança
E creio já ter quitado os débitos de outra existência
O que desejas é apenas vil, fria e fútil vingança.
Para! Já nos basta toda esta triste experiência!
Joga fora a mágoa que te enodoa o etérico coração
E vamos aprender e seguir juntos o caminho da evolução!
Cícero - 09-01-2020