Alma Solitária
Traz-me, o vento, aromais de rosas
desfolhadas no alvor das manhãs frias.
Ai, minh'alma chora nessas umbrosas,
onde os pássaros cantam nas galharias.
Florescem açucenas silenciosas,
ao dobre de belíssimas melodias...
Partem as horas, ai, tão vagarosas,
levando consigo as melancolias.
Lembranças que ainda minha senhora,
tu qu'escutas calada os meus pesares,
nascem como a luz etérea da aurora.
Vida que entoas merencória tua ária,
quando a noite cobre ermos esses vales,
ri, a minha alma, no peito solitária.