Soneto da solidária Lua

Por todo o dia, a moça, junto a ponte,
Lavava a sua  roupa, com alegria.
De cada  peça o cheiro rescendia. 
Tarefa pronta em gracioso monte.
 
Mas, veio a tarde e o sol, para o horizonte,
Levou embora toda a luz do dia.
Sozinha, no trabalho  que fazia,
Não  percebeu o escuro  sobre a fonte.
 
Ao pendurar a roupa, viu, então,
Que o Sol tinha  acabado de se pôr,
Deixando seu  varal  na escuridão.
 
Assim mesmo, estendeu, na corda, a roupa sua,
E, a noite inteira, em raios de esplendor,
Banhá-la, veio a solidária Lua.