MEU SONHO MAIOR

É preciso sonhar, deixar, me oponho;

Que, como o vento, invada-me os vazios,

Porque se morre, quando morre o sonho,

Como morrem os peixes sem seus rios.

Sinto-me de alma forte, se me ponho,

Se me vejo a singrar, como os navios,

Em busca do lugar, onde suponho,

Achar novos verões e outros estios.

Já disse um dia, e o repito agora:

Quero morrer descortinando aurora,

Quero chegar sorrindo do outro lado.

Não me deixes, Senhor, sem teu conforto,

Eu quero ver, quando estiver já morto,

O meu sonho maior, acalentado.

Salvador, 9/01/2020 – 7;06 da matina

Raymundo de Salles Brasil
Enviado por Raymundo de Salles Brasil em 03/02/2020
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