A CIGARRA (SEM A FORMIGA)

Saúda, em grande júbilo, a cigarra,
A luz do sol de plena primavera.
Se juntam tantas outras , na algazarra,
E o canto, agudo, ao ares reverbera.

Por longos anos, muita força e garra,
Nos subterrâneos, demorada espera.
Uma epopeia, como Homero narra,
Na escuridão que largo espanto gera.

Por isso, em cada canto, apenas festa,
Que espalha sem cessar toda a cantiga,
Calada em longa vida tão funesta.

Vibrando o dia todo, sem fadiga,
Acordam, nos recantos da floresta,
Os ecos dessa história muito antiga.


Bela interação do grande Poeta e Amigo Jota Garcia
A CIGARRA E O CIGARRO 

Um é cruel assassino
Que nos mata lentamente 
A outra tem a sina do sino 
Canta e encanta a gente.

Ele se finda em chama viva 
E ao morrer também nos mata, 
Enquanto ela inofensiva
Chora seu canto na mata.

Os nomes até se assemelham 
Mas quanta disparidade
Elas bondade espelham 
Eles só lembram maldade.

Fernando Antônio Belino
Enviado por Fernando Antônio Belino em 03/02/2020
Reeditado em 14/10/2023
Código do texto: T6857639
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.