Flores Mortas
Há gorjeios de aves neste caminho,
flores mortas pendidas pelo chão.
O vento que beija e balança o ninho,
distante a nota triste d'uma canção.
Há o silêncio que campeia esses vales,
o lírio, que floresce e perfuma...
E o tempo que leva quedo os meus males,
minhas mágoas já desfolhastes uma a uma.
Foi por ti, vendo a tarde que partia,
envolto num profundo sentimento
que no peito, solitário, ele batia...
Como um sino no campanário, um sino,
sem bradar sequer nenhum lamento,
apenas sigo, incerto, o meu destino.