Lama (488)
Lama (488)
Estrada poeirenta, eu na calçada
e o sol ardente queimando o meu rosto.
Nem sei se eu sigo bem ou mal disposto...
A vida passa e eu não entendo nada.
Melhor seria andar de madrugada...
Menor calor, talvez menor desgosto.
Talvez não visse alguém com tanto gosto,
talvez eu não ouvisse as gargalhadas.
Mas ouço e vejo, está mais complicado,
casais passando rindo, satisfeitos...
E agora chove, o asfalto está molhado,
água e poeira, o chão daquele jeito,
e o carro dela passa aqui ao lado
e joga (sem querer?) lama em meu peito.
(Gilson Faustino Maia)