Noute Lamentosa
E quando a noute vem tão lamentosa,
na catedral da alma dobra-se um sino.
Tristes dobres d'uma voz tão dolorosa,
nascem como as notas de um violino.
E lembrando idos tempos vou sozinho,
nessas ruas que a noute emsombrece...
Pia, solitária, um'ave em meu caminho,
nos galhos do arvoredo que floresce.
Pende, a noute, com teu repertório,
como roxas as flores da quaresmeira
num final de tarde merencório.
E na alma este sino noute inteira
que, traz-me, idos tempos é notório,
calar-se, irá, só na hora derradeira.