CREPÚSCULO DO TEMPO (soneto)

Vê-se no espelho, e vê, pelo tempo fugaz

Uma desconhecida face que ali se ilumina

Decaída, expira a mocidade, e aí! termina

A juventude mais pasmada, que agora jaz

Outra ruína mais funda se revela... sagaz

As marcas do andamento... uma heroína?

Não... Furtou-me a idade, pérfida chacina

Mais que ter beleza, foi-se o ânimo audaz

Os fios brancos, e o amarrotado desgosto

Abarrotado de opaco, o intrépido se ver

Pondo no olhar, o luzidio de um sol posto

Chora, o dispor, que não faz então esquecer

Trêmulo no viver, de lágrima triste no rosto

Põe a confidenciar... que estou a envelhecer.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

10 de janeiro de 2020 - Cerrado goiano

Olavobilaquiando

Vídeo no YouTube:

https://youtu.be/P7qtVvqKfh0

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 10/02/2020
Código do texto: T6862726
Classificação de conteúdo: seguro