Pálida e fria senhora do sepulcro

Pálida e fria senhora do sepulcro,

Que as pálpebras fechar-te irás um dia.

Digo-te, ó dama, que num sonho pulcro,

Vagas minh'alma a sentir melancolia.

Vagas na imensidão a se perder,

No acaso da correnteza que a levas...

Sem destino esperando sempre ver,

Etérea luz que vem depois das trevas.

Sente o peito agruras num campo vário,

Chora, o poeta, envolto neste sudário.

Choras alma triste que as dores cobre...

Hás de seguir silenciosa a tua prece,

Enquanto espera a sombra que anoitece,

E o sino que soa o derradeiro dobre.

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 10/02/2020
Reeditado em 03/04/2020
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