Ao Luar

Deixai a lua pratear-me a lousa!

(Álvares de Azevedo)

E lá se foi, sereno, outra vez o astro

Merencório num céu que tanto almejo.

E atrás, de ti, seguindo-te o teu rastro,

Negras nuvens em místico cortejo.

E o vento frio beijava-nos a face,

Juntos íamos nós, juntos a caminhar...

Ouvindo, o vento, como se cantasse,

Melodias d'um'alma que sonhas ao luar.

Por onde fores brancas e serenas

Ficarão, as noutes iluminadas,

Revelando lírios e açucenas.

Os arvoredos que o pássaro pousa...

E quando eu for o pó nas madrugadas,

Tu que estarás a clarear-me a lousa.

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 13/02/2020
Reeditado em 03/04/2020
Código do texto: T6865470
Classificação de conteúdo: seguro