Em negras trevas ias num céu nublado
Em negras trevas ias num céu nublado,
Silente como monja na clausura...
Astro que a luz pálida emoldura,
Ó lua tristurosa do meu passado.
Quando oiço cantar entristecidos,
Os pássaros que voam sobre os sepulcros...
Entoas a nênia dos meus sonhos pulcros,
Doirada a harpa dos meus tempos idos.
Pelas sombras de um pesar profundo,
A reviver memórias, eis que sigo,
Rastros d'alguém que deixaste este mundo.
E hoje que o peito sofre angustiado,
Vieste tu prantear aqui comigo,
Ó lua tristurosa do meu passado.