Mágoas
"Hoje que a mágoa me apunhala o seio"
Augusto dos Anjos
E hoje que a mágoa o peito me apunhala,
Sentindo eu profundos sentimentos...
Oiço, perene, voz que não se cala,
Relembrando prístinos momentos.
Hoje que a solitude me embala,
Distante viestes assim como o vento...
Silente lembrança que não fala,
Mas que o peito fere-lhe por dentro.
E hoje, vendo-as, irem nessas águas,
Levadas como pétalas de rosas
No guaiar entristecido dessas mágoas.
Fico relembrando o que já passaste,
Enquanto partem tão vagarosas,
Ternas ilusões que desfolhaste.