Mágoas

"Hoje que a mágoa me apunhala o seio"

Augusto dos Anjos

E hoje que a mágoa o peito me apunhala,

Sentindo eu profundos sentimentos...

Oiço, perene, voz que não se cala,

Relembrando prístinos momentos.

Hoje que a solitude me embala,

Distante viestes assim como o vento...

Silente lembrança que não fala,

Mas que o peito fere-lhe por dentro.

E hoje, vendo-as, irem nessas águas,

Levadas como pétalas de rosas

No guaiar entristecido dessas mágoas.

Fico relembrando o que já passaste,

Enquanto partem tão vagarosas,

Ternas ilusões que desfolhaste.

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 19/02/2020
Reeditado em 23/12/2020
Código do texto: T6869949
Classificação de conteúdo: seguro