Soneto sobre o despertar

Sistemas perversos, reversos, inversos.

Molduras pequenas, serenas, amenas.

Pensamentos restritos, limites impostos.

Na fôrma se formam condutas apenas.

Ao deixar o casulo tudo desabrocha.

A luz ilumina a cegueira imposta.

Para o mundo se abrem ouvidos da alma.

Não há quem possa, então, viver em calma.

Despertam borboletários inteiros, tinteiros.

Pintam novas telas e folhas, conceitos.

Revelando a aurora amante, os ventos.

Que sopram de onde e não se sabe aonde.

Levando esperança, vontades, anseios

Incertezas permeiam mentes, atos e reinos.