Cântico das Horas

São nessas horas em que vagam lentas

Nuvens e o céu se veste dum negror.

Horas que escuto sempre o teu plangor,

Ecoares nessas ruas sonolentas.

Lembranças do silêncio no frescor

Das manhãs solitárias e nevoentas...

Qu'olhava sem destino indo lentas,

As névoas com teu cortejo no alvor.

Foram muitas que segui aqui sozinho,

Envolto com o véu das minhas dores

Contemplando o luar pelo caminho.

Horas essas que surgem esplendores,

E a alma, fenece, sem um carinho,

Solitária num féretro de flores.

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 13/03/2020
Reeditado em 16/03/2020
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