Cântico das Horas
São nessas horas em que vagam lentas
Nuvens e o céu se veste dum negror.
Horas que escuto sempre o teu plangor,
Ecoares nessas ruas sonolentas.
Lembranças do silêncio no frescor
Das manhãs solitárias e nevoentas...
Qu'olhava sem destino indo lentas,
As névoas com teu cortejo no alvor.
Foram muitas que segui aqui sozinho,
Envolto com o véu das minhas dores
Contemplando o luar pelo caminho.
Horas essas que surgem esplendores,
E a alma, fenece, sem um carinho,
Solitária num féretro de flores.