POR ESTA ESTRADA

Passam muitos...oiço tudo.

Derrama-se sangue sobretudo.

Mas sou o pó e óleo do alcatrão.

Antes pobre e depois o patrão.

Porque sou...sou, o via ducto,

De buzinas, um, dois, três...carros,

Vindos de cá e acolá debaixo o goto.

Peões, duas ,quatro...24 rodas,

O calor, frio, a sombra e as feridas

Pernoitam e passam o dia aqui.

Teimosos, ninguém lhes tira daqui

Saio manchas ao trilho do pneu,

Rachas por tanta tonelagem,

Liquifaço-me pelo calor e moagem.

Por/Calvino/15/03/20*

Moz-Maputo-katembe

Kalvino Matsolo
Enviado por Kalvino Matsolo em 15/03/2020
Código do texto: T6888199
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