Soneto da Branca Lua
Ó lua, que a minha estrada iluminavas,
Invernos quantos aqui já passamos...
Tu me vias quando outrora caminhavas,
Nessas ruas, solitários nos olhamos.
E havia tantas coisas pra se lembrar...
Tu estavas a vagar com teu mistério.
Eu seguias com a minh'alma a sonhar,
Com teu brilho a pratear o cemitério.
Fico as vezes como o dia que anoitece
Sem os sinos da igreja centenária;
Fico as vezes no silêncio d'uma prece.
Merencório, caminho pela rua...
Minh'alma é solitária, solitária,
Minh'alma é como tu, ó branca lua.