Soneto da Branca Lua

Ó lua, que a minha estrada iluminavas,

Invernos quantos aqui já passamos...

Tu me vias quando outrora caminhavas,

Nessas ruas, solitários nos olhamos.

E havia tantas coisas pra se lembrar...

Tu estavas a vagar com teu mistério.

Eu seguias com a minh'alma a sonhar,

Com teu brilho a pratear o cemitério.

Fico as vezes como o dia que anoitece

Sem os sinos da igreja centenária;

Fico as vezes no silêncio d'uma prece.

Merencório, caminho pela rua...

Minh'alma é solitária, solitária,

Minh'alma é como tu, ó branca lua.

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 19/03/2020
Reeditado em 19/03/2020
Código do texto: T6891695
Classificação de conteúdo: seguro