ORA, DIREIS

ORA, DIREIS!(Com quatro interações)

Fazer soneto! Ora, direis! E eu digo

Que, muitas vezes, a escrever me ponho,

Por longas horas, meu prezado amigo,

Em rijos versos, vou moldando um sonho.

E, a noite inteira, sem nenhum perigo

De se tornar o meu lavor medonho,

Na inspiração da escrita, encontro abrigo,

Nas formas do soneto que componho.

Direis, agora, cheio de surpresa,

Qual vida vale tanto esforço insano

De forjar versos dessa natureza?

Direi a vós, amigo, que escrevê-los

É minha forma de, sem dor ou dano,

Mudar em sonho os tantos pesadelos...

Dedico esse poema aos grandes incentivadores:

Edy Soares, Ricardo Camacho e Aila Brito.

Magnífica interação do exímio sonetista Edy Soares, a quem agradeço pelas sempre generosas palavras de incentivo.

O ARAUTO

Instiga a minha insônia um bardo incauto

 que aos poucos desvendando-o pego apreço.

É alguém dentro de mim que desconheço

e faz de mim há um tempo o seu arauto

Se falta sono, vem num sobressalto

prende-me a mente até que eu adormeço.

A transcrever seus versos me ofereço,

transpondo-os como quem toma de assalto.

 Ah!... incauto bardo, já que me torturas

permite que eu te assine as escrituras

 visto que o anonimato não te afeta...

 Enquanto eu vou, por meus saraus afora,

se alguém me perguntar como isso aflora,

eu vou tentar fingir que sou poeta!

Extremamente feliz com a  majestosa interação da Poetisa Aila Brito:

POR AMOR ÀS ESTRELAS

Ora (direi), ouvir estrelas! Certo

Tolice ouvi... Jamais supunha crer!

Fui à janela e olhei, porém incerto;

Tênue de espanto; então eu pude ver...

 E ao conversarmos, fez-me o olhar verter,

 Lágrimas doces... De paixão, decerto!

E ao fim da noite, então eu vi morrer

As minhas forças, De amor referto.

Direi agora! "Eis, mais um louco, amigo...!"

Do que falamos, meu olhar valida,

Toda  saudade! E assim tristonho eu sigo...

...Pela via láctea, a implorar guarida!

Pudesse eu, no céu ter um abrigo;

E ouvir estrelas, toda a minha vida!

Muito lisonjeado com a belíssima interação do Ilustre poeta Fonseca da Rocha.

DUELO

Tomo da caneta como ao florete.

Meus olhos o mandando ao beleléu!

Estudo estratégias tal qual cadete...

Impávido a confrontar-me, o papel.

 

Invisto com palavras garimpadas,

estoco com metáforas e rimas.

Mas, o imaculado em sua tez pálida,

se esvai qual fosse estrela matutina.

 

Reluto em insistir com a arma branca,

partir para o confronto mano a mano.

Mas é dele o ar blasé com qual espanca,

 

minha idiossincrasia de humano.

Derrotado, a angústia ganha espaço...

Mas persisto, escandindo meus fracassos.

Belíssima interação do Grande sonetista Dilson Poeta:

"Amo-te, enfim, com grande liberdade

Dentro da eternidade e a cada instante."

(Vinicius de Moraes)

PARA FAZER UM SONETO DE AMOR!

Espere que no céu surja uma estrela

E seja noite num clarão de lua

Imaginando a Musa toda sua

Para que em versos possa sempre tê-la.

Espere que haja silêncio na rua

E prenda a inspiração; busque mantê-la

Acesa... para que possa tecê-la

No soneto que o instante insinua.

Aí, ponha as letras no papel timbrado

Pelo clima, pelo amor, pela estima,

Quartetos, tercetos, num belo quadro

Em decassílabo... Esmerada rima...

Quando tudo pronto, poeta amado,

Ofereça à Musa a sua obra-prima!

Enviado por DILSON POETA em 09/03/2013

Código do texto: T4179152

Fernando Antônio Belino
Enviado por Fernando Antônio Belino em 22/03/2020
Reeditado em 22/03/2021
Código do texto: T6893802
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