Eterna Dama
Eterna dama dos poetas, ó lua
Que vaga pálida por este céu...
Merencória, vejo-lhe, a face tua,
Nas nuvens negras indo sem teu véu.
Encantas quando pendes pela rua,
Nas noutes lutuosas d'um pesar cruel...
És ainda a saudade que perpetua,
E alguns versos escritos no papel.
Oh lua que ouve dos poetas as dores,
Quando vão, nessas ruas, contemplando
A pulcritude dos seus esplendores.
Segue nas brumas levando tua chama,
Senhorita, pelos ares, vagando,
Ó lua, dos poetas, a eterna dama.