História interrompida
Martirizo-me porque não te esqueço,
Cobra-me a consciência por ter te ferido
Este sofrer insano é o inegociável preço
Que pago, calado, por ter te perdido.
Não, meu amor, odiar-te como eu queria
Não consigo! Talvez te tirasse do coração
Mas não do pensamento, como deveria,
Porque lembrar-te é minha dura expiação.
Segues noutra história, feliz, espero,
E de ti devo guardar apenas a lembrança
Dos bons momentos que, com esmero,
Tivemos e também manter a esperança
De que nos reencontremos nos ciclos da vida
Para recomeçarmos a história interrompida.
Cícero – 27-03-2020