Morte nos olhos

É imprecisa a hora do adeus

e cruel é a pecha do destino,

eu, que me dôo no meu desatino,

não reconheço os baços olhos teus.

Lá onde a vida, triste, se escondeu,

há um fio tênue e pequenino,

mais frágil que o sonho do menino,

do qual até a vida já se esqueceu.

E a maldade quer romper o fio,

e assassinar de vez o desfastio,

lá onde o coração já o percebeu.

E segue, indiferente e vazio,

o olhar do viajante sombrio,

que nem se lembra que o sonho feneceu.

Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 27/03/2020
Código do texto: T6898696
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