No resto da razão (II)

Tão simplesmente meu, simples retrato

de tudo quanto eu fui, do quanto eu tive

foi feito este prazer que já retive

sem ter chegado ao teu santo recato!

Eu sei que tão somente sobrevive

à força da lembrança, sem ser fato!

É como um não tocar suave ao tato;

e tão sem mais por que também se vive!

Saiu, se libertou tão simplesmente

e pôde me fazer saber que meu

ficou sendo o passado incoerente!

Saiu, se libertou, mas se perdeu

porque, quando eu também me senti gente

morreu tão simplesmente o sonho meu!

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 09/11/2005
Reeditado em 09/11/2005
Código do texto: T69014