A COR DA POESIA

Desliza o verso em vias de mistério...

Deglute, tão famélico, o sentido

de seu destino breve a ser vivido...

Fazer-se do poema é seu critério.

Erguendo-se ridente, ou reto e sério...

Saltando em bamba métrica, atrevido,

ou preso nela, firme e decidido...

De seu poema, faz seu ascetério.

O verso quer apenas ser um verso,

cumprir a sua sina no reverso

do pensamento deus de seu leitor.

Desvia a tradução, versão coerente,

pois sabe que poesia só se sente...

É plena, se em vazio acende a cor.

Ariel Jardim
Enviado por Ariel Jardim em 31/03/2020
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