GUERRA DOS MUNDOS

Vinham capitalistas em suas máquinas

Monstruosas, arrancando todas as rosas

Espremiam a humanidade pras margens das páginas

E se multiplicavam os cadáveres

Das sombras vinham rezas, prantos, sinos

Tão frágeis que cessavam quando as rodas

Marchavam indiferentes às mães, meninos

Deixando atrás a capa de um H.G.Wells

No mínimo de esperança um estalo seco

E a máquina desfaz-se frágil barro

E outra e outra e corre o divino eco

E tudo que era sólido não dura

A boa nova acende a luz dos bairros

Sobre a vitória da ínfima criatura