Lira Entristecida

Quero dizer-lhe o quanto amo-te, ó vida,

Como a alma venturosa que suspira.

Mas sou triste, e nas tardes minha lira

Sempre soas no meu peito entristecida.

Uma alma merencória que delira,

Relembrando o frescor das datas idas...

Ao vagares no outono lhe inspira,

Lamentosas folhas pelo chão caídas.

Ave que o dia morrendo vê cantando,

Ó vida, nesses caminhos seguires,

Deixais que ainda possas eu sonhando.

No meu peito, silente, eu sentires,

A flor dos tempos idos, esperando

A madrugada d'ilusões surgires.

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 06/04/2020
Reeditado em 06/04/2020
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