Átimo de Palor
Uma atra lufada gélida,
Veio ao meu ser abarcar.
Travo sopro a arvorar,
Átimo de palor em hora álgida.
Gris hora vespertina esmaecia...
No feral e silente ósculo do tempo.
E eu a errar em desalento,
Entre alvitre de refugo da existência.
Vestuta e encarquilhada imagem plangente,
Segredada sob andrajo dolente,
Deixou seus olhos a me fitar.
Lúrido estertor nos seus lábios a ecoar,
E no ínfero do meu crânio a inumar,
Sob a frígida campa, vou deitar.
Em I de dezembro de MMXIX. E. V.
Dies solis.