Átimo de Palor

Uma atra lufada gélida,

Veio ao meu ser abarcar.

Travo sopro a arvorar,

Átimo de palor em hora álgida.

Gris hora vespertina esmaecia...

No feral e silente ósculo do tempo.

E eu a errar em desalento,

Entre alvitre de refugo da existência.

Vestuta e encarquilhada imagem plangente,

Segredada sob andrajo dolente,

Deixou seus olhos a me fitar.

Lúrido estertor nos seus lábios a ecoar,

E no ínfero do meu crânio a inumar,

Sob a frígida campa, vou deitar.

Em I de dezembro de MMXIX. E. V.

Dies solis.

Marvyn Castilho
Enviado por Marvyn Castilho em 06/04/2020
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