Mar da Abstinência

O navegar ininterrupto é para os fortes

Pois as ondas desse mar são como navalhas

Te cortam e lançam aos invisíveis vórtices

Que te coagem a lutar as salgadas batalhas

Capitão de mim mesmo eu sigo outra vez

Pelo mar da abstinência que não anistia

Buscando distância da cínica altivez

E em velocidade máxima para a real alegria

É certo que longe está a ilha que aportarei

Seu litoral aparecerá só para o triste marinheiro

Que sabiamente decidiu: "Não mais relutarei!"

Segue-se então a peregrinação do hospedeiro

Que se necessário for, exclamará: "NADAREI!"

Pois não quer fazer parte do naufrágio certeiro